segunda-feira, 24 de setembro de 2007

GRANDE LIDER


Miguel Arraes de Alencar (Araripe, 15 de dezembro de 1916Recife, 13 de agosto de 2005) foi um advogado, economista e político brasileiro.

Popularmente conhecido como Seu Arraia, Pai Arraia ou Dr. Arraes, Miguel Arraes foi uma personalidade de destaque no cenário nacional, membro e grande líder do Partido Socialista Brasileiro - PSB 40. Nasceu no interior do Ceará, sétimo filho de Maria Benigna Arraes de Alencar e José Almino de Alencar e Silva, pequenos agricultores do sertão nordestino.

Foi prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco.


Juventude

Durante a juventude Arraes mudou-se para Crato, com o objetivo de concluir o ginásio (ensino fundamental). Nesses anos, um fato marcou muito a sua personalidade: flagrou um curral com três flagelados presos simplesmente por tentarem fugir da seca para Fortaleza. A respeito, afirmou: "É uma lembrança que guardo para sempre. Era um horror difícil de compreender e marcou meu jeito de ver as coisas".

Em 1934, aos dezessete anos, foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Simultaneamente, também foi aprovado no concurso público de Escriturário do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), sendo lotado no Recife. Após a posse no cargo, conseguiu a transferência para a Faculdade de Direito do Recife (incorporada posteriormente à UFPE). Formou-se em 1937. No ano seguinte, foi promovido a Assistente do Diretor de Fiscalização, cargo no qual permaneceu até 1941, quando passou a ser Chefe de Secretaria. Em 1943 ascendeu a Delegado Regional, ocupação que deixou em 1947[1], ao assumir a Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco, por indicação de Barbosa Lima Sobrinho, que havia sido eleito governador do Estado naquele ano e com quem havia trabalhado no IAA.

Carreira política antes do golpe de 1964

Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD). Seu governo foi considerado de esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às ligas camponesas.

Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". Em consequência, foi preso na tarde do dia 1º de abril.

Deposto, foi encarcerado em uma pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo posteriormente levado para a ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses. Posteriormente, foi encaminhado para as prisões da Companhia da Guarda e do Corpo de Bombeiros, no Recife, e da Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Seu pedido de habeas corpus (HC) no Supremo Tribunal Federal foi protocolado em 19 de abril, sob o número 42.108. Foi concedido, por unanimidade, fundamentado em questões processuais (foro privativo de governadores e necessidade de autorização da Assembléia Legislativa). A exceção foi o voto do Ministro Luiz Galloti, que concedeu o HC em função do flagrante excesso de prazo da prisão. O então Procurador-Geral da República, Oswaldo Trigueiro, opinou pela manutenção de sua prisão. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia.

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